Friday 18 March 2011

PORTUGAL NUNCA VAI PRECISAR DA ENERGIA NUCLEAR

    

Carlos Zorrinho defende

"Portugal não vai nunca precisar do nuclear"

O secretário de Estado da Energia e da Inovação disse esta setxa-feira que a posição do Governo em relação à energia nuclear "não mudou por causa" do acidente no Japão, revelando-se convencido que "Portugal não vai nunca precisar do nuclear".

"A posição do Governo não mudou por causa deste acidente no Japão, nós somos por uma opção energética que é melhor do que a opção nuclear", afirmou à Lusa Carlos Zorrinho, quando confrontado com a posição de 'Os Verdes' e do Bloco de Esquerda que, na passada quinta-feira, no Parlamento, exortaram o Governo a reafirmar a recusa da energia nuclear.

Em Leiria, Carlos Zorrinho garantiu que "se' Os Verdes' ou o Bloco de Esquerda estão preocupados em relação a uma mudança da perspectiva do Governo em relação ao nuclear, não têm nenhuma razão".

"O Governo referiu e volta a referir que, em termos de energia, nós temos sempre que pensar num horizonte, por exemplo, de uma década. E para sermos totalmente honestos do ponto de vista intelectual, temos que dizer na próxima década temos um sistema que funciona. Temos um sistema que dá uma boa resposta? Temos. E esse sistema precisa do nuclear? Não precisa", continuou.

Carlos Zorrinho admitiu que, "mais à frente, far-se-á, outra vez, a análise", mas mostrou-se "convencido que Portugal não vai nunca precisar do nuclear e ainda bem porque, se precisasse, correria riscos que são desnecessários".

O secretário de Estado salientou que a perspectiva do Governo "não é a perspectiva do ser contra o nuclear", mas "de que há para Portugal soluções energéticas que são, a todos os níveis, melhores que o nuclear", ao nível da segurança, economia e tecnologia.

E apontou os investimentos nas energias eólica, hídrica ou solar, sublinhando que nestes casos há "muita tecnologia portuguesa incorporada", que cria emprego e competências, desenvolve regiões e tem a mesma disponibilidade.

O governante reconheceu ainda que a confiança das pessoas na tecnologia nuclear "vai baixar um pouco". "É evidente que este acto, nesta tecnologia, associado também à turbulência que existe em muitos países produtores de gás e petróleo torna mais difícil a questão dos mercados internacionais da energia", observou, defendendo, contudo, a necessidade de "acções positivas".

"Isto que está a acontecer no Japão, no Médio Oriente e no norte de África só dá mais razão a quem apostou nas energias renováveis e só dá mais razão a quem exige, por exemplo da União Europeia, que coloque mais recursos na investigação científica e no desenvolvimento das energias renováveis e, por outro lado, só dá mais razão a quem defende que é muito importante criar o mercado interno da energia na Europa", sublinhou.


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